ESPÉCIES BRASILEIRAS:




Condor dos Andes
Nome CientíficoVultur gryphus
Linnaeus, 1758





O condor-dos-andes é uma ave cathartiforme da família Cathartidae. O condor dos andes é o maior pássaro em envergadura do mundo, porém é muito raro vê-lo aqui no Brasil.
Há restos fossilizados dessa espécie, datados de 13 mil anos que foram encontrados em Lagoa Santa, Minas Gerais. Mede de 100 a 110 centímetros, sendo que o macho chega a medir 126 % do tamanho da fêmea. É a segunda mais pesada ave voadora do mundo(11,0-12,0kg), com envergadura acima dos 3 metros. Notável cresta carnosa na frente, ausente na fêmea. Alimenta-se de carniça trazida pela correnteza em ilhas fluviais, ao lado de outras espécies do gênero Coragyps e Sarcoramphus (Sick). O casal constrói seu ninho em buracos nas paredes das escarpas das montanhas ou em grandes árvores mortas ou secas. O ninho é construído com gravetos e raízes e, para deixá-lo firme e colado, eles se utilizam de suas próprias fezes. Vive solitário ou em grupos, habita as montanhas mais altas e é adaptado ao frio. Voa alto, tendo suas asas longas e estreitas esticadas horizontalmente à linha do corpo.
Aparece como visitante meridional, proveniente dos Andes, onde ocorre em altitudes superiores a 5000 metros. No Brasil, aparece na região oeste de Cáceres, no rio Jaurú, no Mato Grosso, durante o mês de maio. Foi recentemente registrada no oeste do Paraná.


Urubu rei
Nome CientíficoSarcoramphus papa
(Linnaeus, 1758)




O urubu-rei é uma ave cathartiforme da família Cathartidae. Habitante de zonas tropicais a semi-tropicais,desde o México à República da Argentina, e em todo o Brasil, onde sua caça é proibida, pois é considerada uma ave importante na limpeza do meio ambiente, quando muitos animais são exterminados por doença, o urubu ajuda a controlar a epidemia comendo os animais mortos e agonizantes. Também é conhecido como corvo-branco, urubu-real, urubu-branco, urubutinga, urubu-rubixá, urubu-preto-e-branco e iriburubixá.
O nome genérico “Sarcoramphus” significa “bico com carne”, devido à presença de apêndices carnosos no mesmo; e o específico “papa”, cujo significado latino original é “bispo”, é uma referência ao papel hieráquico que o povo lhe atribui, de ser o primeiro a abordar uma carcaça, o que parece se dever ao poder de seu bico, capaz de romper couros mais resistentes, abrindo caminho para as outras espécies se servirem depois.
Na natureza tem poucos predadores naturais, mas, devido à baixa reprodutividade da espécie e à degradação do seu habitat, é uma espécie cada vez mais rara de se observar. Possui uma envergadura que varia de 170 a 198 cm e peso que oscila de 3 a 5 kg, medindo cerca de 85 cm de comprimento. Tem cabeça e pescoço nus, pintados de vermelho, amarelo e alaranjado, a parte superior do corpo amarelo-clara, esbranquiçada, asas e cauda pretas, o lado inferior branco, com plumagem branca e negra. Possui uma distribuição abrangente, que vai de toda a América Latina até ao sul do México. Habita florestas, mas principalmente áreas de Cerrado. Embora presente em todo o Brasil, é mais comum nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Encontrado também do México à Colômbia, Bolívia, Peru, norte da Argentina e Uruguai. Habita regiões de florestas com clareiras (campos, pastagens) distantes de centros urbanos, nunca é encontrado em regiões desérticas.
É vulnerável à extinção, pois é o único urubu brasileiro que é afetado pela destruição de seu habitat, além de ser capturado para tráfico de animais por sua beleza, e ser captura para ser exposto como troféu. Ave diurna, pousa nas árvores mais altas da mata, onde costuma dormir. Passa a noite empoleirada em um galho, sempre no mesmo lugar. O urubu-rei levanta vôo quando o sol nasce e plana acima do topo das árvores. Circula bem alto. Locomove-se no solo a custa de longos pulos elásticos as pernas são relativamente longas. Para a termorregulação abre as asas e defeca sobre as pernas. É visto normalmente voando bastante alto, sozinho ou aos pares, raramente em grupos de vários indivíduos. É visto com outros urubus na alimentação, onde tem hábito solidário. Quando estão com a cabeça abaixada e um pouco inclinada estão desconfiados e observam algo com atenção. Esta mesma posição da cabeça abaixada e um pouco inclinada é usada, pelo macho no cortejo do acasalamento. Quando incomodados vomitam e sopram fortemente para afastar um intruso, característica também feita pelos filhotes, quando o intruso se aproxima o urubu-rei defende-se com as garras e, principalmente, com seu poderoso bico. Na estação de reprodução que vai de julho a dezembro, o macho corteja a fêmea empoleirado ou no solo, abre e fecha as asas e exibe a vértice vivamente colorido, abaixando a cabeça. O casal escolhe um local sem muito capricho, no chão da mata ou no meio de pedras, ou em morros. No último caso simplesmente aproveita um ninho já existente, para fazer a postura dos ovos que são em número de 1 a 2, mas com cobertura vegetal densa. A incubação é longa durando de 53 a 58 dias. Enquanto a fêmea choca os ovos, o macho sai a procura de alimento para ambos. O casal pode se revezar na incubação. Quando o filhote está nascendo, a fêmea ajuda a tirar a casca do ovo delicadamente, e quando finalmente o animal sai do ovo possui uma fina penugem branca, mantida nas primeiras semanas de vida, e com o passar dos dias seu aspecto lembra uma bola de algodão. Logo é alimentado pelos pais com regurgito. Atinge a maturidade sexual aos 3 anos, quando já pode apresentam coloração típica.
Sua dieta é estritamente carnívora, mas nunca se alimenta de animais vivos, salvo se estiver faminto e a presa estiver agonizando. Como consumidores de carne em putrefação desempenham importante papel saneador, eliminando matérias orgânicas em decomposição. São imunes, aparentemente, ao botulismo. O suco gástrico dos urubus é bioquimicamente tão ativo que neutraliza as toxinas cadavéricas e bactérias, eliminando perigos posteriores de infecção. Quando são alimentados em cativeiro com carne fresca, são limpos e sem mau cheiro. Assim que avista uma carcaça, mergulha rapidamente em direção ao solo e pousa nas proximidades. Por mais fome que tenha, espera cautelosamente durante uma hora. Então, convencido de que não há nenhum perigo, come até mal poder se mover. De barriga cheia, exala um cheiro forte, repugnante. E é exatamente durante a alimentação que ele, normalmente de hábitos solitários, é visto com outras aves de rapina, principalmente urubus pretos (que mantêm distância respeitosa). Aparentemente, espera que os outros urubus encontrem a carniça através do cheiro ou da visão. Quando as espécies menores estão pousando para alimentar-se, esse comportamento denuncia a presença de carniça e o urubu-rei aproveita-se disso para chegar à fonte de alimentação. Em geral, um ou dois adultos, eventualmente algumas aves juvenis, estão em uma carniça. Isso parece indicar a existência de território, onde as aves adultas evitam a presença de outros urubus-rei. Em algumas carcaças grandes, é possível se observar mais adultos. Mesmo com outros da sua espécie, só se encontra nestas ocasiões ou, claro, em época reprodutiva.


Urubu da mata
Nome CientíficoCathartes melambrotus
Wetmore, 1964





O urubu-da-mata é uma ave cathartiforme da família Cathartidae. Alimenta-se de animais mortos. Voa sempre rente às copas das árvores da floresta, à procura de carcaças de preguiças, gambás e macacos., ocultos na densa vegetação, graças a seu olfato apurado. Domina outras espécies do gênero Cathartes quando está entre as carcaças grandes e voa mais alto que seus congêneres, em correntes térmicas ascendentes.
A espécie tem se adaptado a uma paisagem alterada pela pecuária e a uma dieta baseada em gado e animais mortos nas rodovias (gado doméstico, serpentes, tatus e raposas). Espécie robusta e florestal, vive em matas de terra firme e de várzea, matas primárias e ribeirinhas.
Plana de asas esticadas e não em “V” como outros Cathartes. Embora já tenha sido considerado restrito às florestas primárias e evitar áreas com qualquer grau de perturbação (Houston 1994), já foi observado que nas regiões central e norte do Tocantins e Amazônia. Encontrado na Colômbia, Venezuela, nas Guianas, Perú e no norte do Brasil.

Urubu de cabeça amarela
Nome CientíficoCathartes burrovianus
Cassin, 1845




O urubu-de-cabeça-amarela é uma ave cathartiforme da família Cathartidae.
O papel das aves comedoras de carniça no ambiente é de uma importância fundamental. A nossos olhos, essa adaptação é repugnante. Graças a elas, no entanto, há uma rápida reciclagem das carcaças e reincorporação ao sistema dos nutrientes. Reduzem ou dificultam o crescimento de bactérias nocivas, ao diminuírem a disponibilidade de tecido animal em decomposição, sendo altíssima sua capacidade de resistência a organismos infecciosos. O urubu-de-cabeça-amarela, tem de comprimento 53 a 65 centímetros. Ostenta uma envergadura de 1,60 metro.
A coloração do corpo e asas são idênticas ao do urubu-da-mata (Cathartes melambrotus). À distância, a cabeça parece amarelo clara, quase branca. O juvenil possui a cabeça negra. Também possui olfato apurado e chega rapidamente às carniças, onde, assim como o urubu-de-cabeça-vermelha (Cathardes aura), é afastado com a chegada de outras espécies de urubus. Alimenta-se principalmente de pequenas presas ou de carniça. É um caçador ativo, capturando pequenos vertebrados em vôos rasantes. Faz ninho em grandes cavidades de árvores, pondo ovos branco-amarronzados manchados de marrom. Nidifica em locais semelhantes e o filhote também nasce com uma plumagem fina e branca, mantida nas primeiras semanas. Habita beiradas de rios e lagoas florestadas, áreas pantanosas e campos. Vive normalmente solitário ou em grupos de alguns indivíduos, bem espaçados. Paira baixo sobre pantanais ou campos alagados, sendo incomum encontrá-lo voando alto. Pousa em postes baixos e cercas.
Possui os mesmos hábitos gerais das espécies da mesma família, às vezes usando os mesmos pousos noturnos. Até há pouco tempo, os urubus eram considerados gaviões que especializaram-se em comer carniça, como os abutres da Eurásia e África. Estudos mais detalhados concluíram que, na verdade, os urubus das Américas possuem ancestrais próximos às cegonhas. São cegonhas especializadas em comer carniça. Como as cegonhas, não produzem sons, exceto um chiado feito pelo ar rapidamente expelido, quando defendem seus ninhos. Existe uma série de adaptações e comportamentos semelhantes nos dois grupos. Encontrado em diversas regiões do Brasil, é mais comum no Nordeste e na Amazônia, sendo ainda o urubu predominante nas restingas do Rio de Janeiro. Presente também desde o México até o norte da Argentina e Uruguai.

Urubu de cabeça vermelha
Nome CientíficoCathartes aura
(Linnaeus, 1758)




Possui longas asas que chegam a 1,80 metro de envergadura, sendo relativamente finas e mantidas em formato de “V”. Dessa forma, aproveitam a menor brisa disponível para voar sobre a vegetação e o solo, às vezes a poucos metros do chão. Nessa busca de sustentação, mantém as asas rígidas e viram o corpo de lado a outro, parecendo um vôo errático, que não vai se manter. Muito raramente batem as asas e, mesmo assim, só para iniciar o movimento. Igualmente, deslocam-se a grandes alturas, mantendo o perfil característico de vôo.
Na ave juvenil ou na adulta, as longas penas das asas são cinza escuro. Esse contraste é característico desta espécie. O adulto possui a pele nua da cabeça e pescoço vermelhos, além de um escudo nucal branco, visível em boas condições de luz, quando juvenil tem a cabeça negra. Localiza as carcaças pelo olfato, uma das poucas aves onde esse sentido é apurado. Graças à sua capacidade de vôo e sensibilidade do olfato, costuma ser o primeiro urubu a chegar na carniça. Nem sempre é o que se banqueteia melhor, porque logo é seguido pelas outras espécies e afastado por elas. Muitas vezes, espera as demais alimentarem-se, para, então, voltar a comer. De forma ocasional, pode capturar e matar pequenos vertebrados, apanhados nos vôos rasantes. Nidifica no solo ou, mais raramente, em ocos de árvores. Em qualquer caso, locais bem cobertos por vegetação e protegidos. Coloca dois ovos e a incubação dura de 38 a 41 dias. Quando nascem os filhotes, são alimentados de alimento regurgitado pelos pais. A partir dos 70 dias de vida, inicia seus vôos. Habita campos, matas e bosques. À noite, dirige-se para pousos tradicionais, seja nas árvores da mata ribeirinha, seja em capões nos campos. Esses pousos são comunais, ocasionalmente com 20 ou 30 urubus de várias espécies. No Brasil é proibido por lei matar algum urubu ou criá-lo em cativeiro sem o consentimento do IBAMA.
Existem quatro subespécies de urubu-de-cabeça-vermelha:
  • C. aura aura
  • C. aura septentrionalis
  • C. aura ruficollis
  • C. aura jota
Os urubus não vocalizam.


Urubu de cabeça preta
Nome CientíficoCoragyps atratus
(Bechstein, 1793)


Dentre os urubus, é o de menor envergadura. Apesar de seu tamanho, é o mais agressivo dos urubus menores, disputando avidamente uma carcaça com as outras espécies. Não possui o olfato apurado do gênero Cathartes, localizando a carniça pela visão direta ou observando os outros urubus pousando para comer. Costuma deslocar-se a grande altura, usando as correntes de ar quente para diminuir o custo energético do vôo. Sua visão é excepcional, tendo boa acuidade para objetos a grande distância. Para diferenciá-lo dos outros urubus, em vôo, destaca-se o formato mais curto e arredondado das asas, com a ponta mantida um pouco à frente da cabeça. Quase no final de cada asa, forma-se uma área mais clara, quase um círculo. Exceto por essa área mais clara, adultos e jovens são totalmente negros, inclusive a pele nua da cabeça e pescoço. Além do planeio passivo, batem ativamente as asas, produzindo um ruído forte e característico. Outro som único é produzido pelas asas, soando como se fosse um avião a jato. Deixam-se cair de grande altura, em vôo picado, para frear nas proximidades do solo ou da vegetação, abrindo as asas. O ar passando rapidamente pelas penas das asas produz o som.
O urubu-de-cabeça-preta, possui de comprimento 62 centímetros e de envergadura cerca de 143 centímetros com peso de 1,6 quilo. Alimenta-se de carcaças de animais mortos e outros materiais orgânicos em decomposição, bem como de animais vivos impedidos de fugir, como filhotes de tartarugas e de outras aves. Faz ninho em ocos de árvores mortas, entre pedras e outros locais abrigados, geralmente com incidência de árvores. Põe 2 ovos branco-azulados manchados com muitos pontos marrons. Bate as asas pesadamente, plana bem. Sua área de ocorrência tem-se expandido com a colonização humana. No ambiente natural, alimenta-se nas mesmas carniças das outras espécies. Nas proximidades das casas, busca restos de comida e partes de animais domésticos abatidos. Acostuma-se com a presença humana e, em alguns locais, circula até junto de galinhas e outras aves domésticas, quando sua forma peculiar de andar bamboleando chama a atenção, popularmente chamado de passo do urubu malandro. Quando estão andando próximos a outros urubus, deixam a cauda ereta aparecendo entre as asas. Além de carniça, costuma comer pequenos vertebrados e ovos. Em dias muito quentes, pousam nas margens de rios e lagoas para beber água e resfriar as pernas. Entram na água rasa e molham as pernas completamente.
A formação de bandos mistos não é difícil de se observar na natureza, uma vez que dessa fusão os participantes é que são beneficiados de alguma forma. No caso dos urubus de cabeça preta e caracarás, os urubus permitem a interação na hora de dividir a carcaça, pois como não tem uma vocalização desenvolvida como os caracarás, acabam se beneficiando destes para se resguardarem no caso de perigo, pois os caracarás sim possuem esse sistema de auto defesa em grupo (gritos de alerta). O Allopreening ocorre então como uma forma de melhorar o convívio e mesmo aproximar as duas espécies pois durante a necrofagia da carcaça, é possível que ocorra algum enfrentamento entre as espécies. É uma das aves mais comuns em qualquer região do Brasil, exceto em extensas áreas florestadas com pouca presença humana. Encontrado também desde a região central dos Estados Unidos à praticamente toda a América do Sul onde haja cidades, fazendas e áreas abertas.

FONTE: wikiaves
IMAGENS: Google

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